As universidades federais brasileiras estão à beira de um colapso. Sem recursos financeiros suficientes para manter atividades básicas, em setembro elas devem parar. Após o bloqueio pelo Ministério da Educação (MEC), em abril, de 30% das verbas previstas para custear as instituições, a conta não fecha. Com R$ 1,8 bilhão em recursos barrados pelo Executivo, não há dinheiro suficiente para pagar serviços essenciais de manutenção das instituições. É o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que está com as contas de água, luz e gás atrasadas há dois meses e não sabe se conseguirá estender o atraso por mais um mês. Se não lograr êxito, as empresas fornecedoras de transporte, limpeza, alimentação e vigilância podem suspender os serviços em agosto. E sem a mínima condição para receber os alunos no Campus, as aulas devem ser suspensas.
O momento da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também é alarmante. As contas da instituição já vinham sofrendo com a falta de correção inflacionária nos contratos, mas a situação ficou insustentável após os cortes do governo. Não há recursos suficientes para a conta de luz e o ar-condicionado foi desligado em algumas unidades, ficando restrito aos locais cujo equipamento é essencial, como laboratórios de pesquisa. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), assim como a Universidade Federal da Bahia (UFBA), também não vão conseguir seguir suas atividades se o ritmo de liberação de recursos continuar o mesmo.