O Brasil é o 6º país que mais emite gases do efeito estufa no mundo. As emissões aumentaram 0,3% em 2018 após dois anos de quedas sucessivas. O índice foi puxado pela mudança de uso do solo, responsável por 44% das emissões do Brasil.
Os dados são da 7ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgados nesta terça-feira (5) pelo Observatório do Clima, uma rede de organizações com mais de 40 membros.
Infográfico mostra a evolução das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, de 1990 a 2018, de acordo com a 7ª edição do SEEG — Foto: Elida Oliveira/G1
Isso significa que 44% das emissões de gases poluentes do país no ano passado estão ligadas ao desmatamento (mudança de floresta para área degradada), degradação de solo, entre outros.
De acordo com dados da plataforma Mapbiomas, de 2017 para 2018 o Brasil perdeu 109,3 milhões de hectares de florestas. Destes, 75,2 milhões viraram pastagens.
Infográfico mostra a participação de setores nas emissões de gases do efeito estufa no Brasil, em 2018 — Foto: Elida Oliveira/G1
Segundo Tasso Azevedo, coordenador-geral do Mapbiomas, o desmatamento na Amazônia em 2018 subiu 8,5%.
O aumento foi puxado pelo Pará. “O desmatamento explodiu, principalmente nas regiões da rodovia BR-163 e na Terra do Meio”, afirmou Anne Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
No comparativo nacional, entretanto, embora tenha havido aumento do desmatamento na Amazônia, houve redução de 10,9% na taxa de desmatamento no Cerrado.
Já as atividades da agropecuária estão em segundo lugar no ranking de emissões do Brasil, responsável por 25% da produção dos gases poluentes, ligadas à fermentação, solos agrícolas, manejo de dejetos de animais, cultivo de arroz e queima de resíduos agrícolas.
No ranking de estados mais poluentes, Pará, Mato Grosso e Minas Gerais lideram o ranking, sendo responsáveis por 12,3%, 11,9% e 9,9%, sucessivamente, também impulsionadas pelas emissões ligadas ao uso da terra.
Se excluída esta área, São Paulo se torna o estado mais poluente, responsável por 14,1% das emissões do país, impulsionada principalmente pelo setor de energia, seguido por Minas Gerais (10,9%) e Rio Grande do Sul (7,2%).
g1