Um estudo inédito publicado no periódico JAMA Oncology descobriu uma nova combinação de medicamentos para o câncer de mama metastático – a fase mais avançada da doença – capaz de aumentar em até 10 meses a taxa global de sobrevida – que, atualmente, é de cerca de três anos. A terapia ainda possibilita o adiamento da quimioterapia por até quatro anos. O novo tratamento é feito por meio da combinação do abemaciclibe (um inibidor de ciclina, enzima responsável pela divisão celular) e do fulvestranto (uma medicação anti-hormonal que interfere no processo de proliferação celular).
“Esses resultados são muito impactantes. A nova combinação permite que, mesmo com doença metastática, as pacientes vivam mais e com qualidade de vida. Além disso, elas conseguem adiar o uso da quimioterapia por períodos mais longos e têm a conveniência de tomar a medicação em casa”, explica Gilberto Amorim, coordenador nacional de Oncologia Mamária da Oncologia D’Or.
Outra vantagem são efeitos colaterais menores: ao contrário da quimioterapia tradicional, que causa uma série de desconfortos para as pacientes, a nova combinação não causa queda de cabelo, baixa imunidade, vômito ou maior risco de infecções. Os efeitos adversos mais comuns são alterações no sangue e diarreia – problemas de fáceis de monitorar e tratar. Essa menor incidência de efeitos colaterais se deve ao fato de que as substâncias atingem majoritariamente células tumorais, ou seja, poucas células sadias são prejudicadas pelo tratamento.
A nova combinação é indicada para pacientes com câncer de mama metastático que já tenham falhado em tratamento anterior com anti-hormônios. De acordo com Amorim, pode ser que no futuro, avaliando os resultados no dia a dia dos pacientes, seja possível acioná-la para o tratamento inicial desse estágio do câncer.
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