De acordo com os números preliminares da equipe econômica, o custo de todas as concessões ultrapassa os R$ 127 bilhões em dez anos. Os senadores também aprovaram mudanças para gerar novas receitas para a União, calculadas em R$ 86 bilhões. A principal delas: cobrar imposto dos produtos exportados pelo agronegócio. Ainda assim, o déficit seria de mais de R$ 40 bilhões para a União.
O rombo pode ser ainda maior. Na avaliação do presidente da Câmara, dificilmente os deputados vão aceitar aumentar impostos, ainda mais no setor do agronegócio. Rodrigo Maia defende que, assim que o debate for retomado na Comissão de Constituição e Justiça, no início de 2020, os deputados resgatem a ideia original da PEC paralela: estender apenas as regras da Previdência aos servidores de estados e municípios.
“Eu acho muito difícil ter essa receita a mais. Ela foi tentada quando a matéria chegou pela primeira vez aqui e a gente não teve votos. O que eu tenho medo é que a gente fique só com o aumento da despesa. E mais, eu acho que maior do que o problema do valor é a gente estar perdendo R$ 100 bilhões e estar fazendo uma mudança em uma coisa estrutural, que é o cálculo da aposentadoria. Porque mudar uma regra que foi aprovada na Câmara e no Senado? Uma regra justa, que todos receberão pela média de suas aposentadorias, não descartando as mais baixas, o que acaba aumentando o valor médio da aposentadoria por um valor que não foi o valor da contribuição dos associados da Previdência brasileira. O ideal é que a gente não mexa nesses temas e concentre nossos esforços, se possível, nos estados e municípios”, avaliou.
g1