O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que “não deve haver saída da crise com saída da democracia”. Ele participou de uma palestra virtual, promovida por uma universidade de Brasília, sobre a pandemia de covid-19 e crise humanitária.
“Sair da crise não pode significar sair da democracia, é dentro da legalidade constitucional que precisamos enfrentar essa crise”, afirmou o ministro.
De acordo com Fachin, assim como o médico atende um paciente com base em protocolos e experiências anteriores, o direito também deve se basear sempre na legalidade constitucional.
“Tal como os médicos na sala de emergência que enfrentam crise respiratória de um paciente valendo-se de protocolos, valendo-se de uma experiência anterior, do conhecimento teórico, prático, e sua expertise para salvar vidas, a teoria e a prática do direito, especialmente do constitucionalismo contemporâneo, também precisa valer-se desse seu grande protocolo que está assentado na legalidade constitucional”, disse o ministro.
O ministro Edson Fachin durante julgamento no Supremo Tribunal Federal — Foto: Rosinei Coutinho/STF
Fachin também disse que não é possível uma pessoa se valer do direito de liberdade de expressão para atentar contra a própria liberdade de expressão. Para ele, isso equivale a ser “tolerante com os intolerantes”.
“Evidentemente também é preciso que quem demande respeito se respeite. Na exata medida de que chamar para si a liberdade de expressão para atentar contra a liberdade da expressão é ser tolerante com os intolerantes. É nessa medida que precisamos semear inclusão, semear pluralidade, numa sociedade que precisa continuar a ser um laboratório de democracia, do constitucionalismo contemporâneo”, argumentou o ministro.
Para ele, a observação das regras de tolerância não pode ser confundido com limite à democracia.
“Mesmo em tempos de crise, o respeito a essas regras não pode ser entendido como limite à democracia”, completou.
g1