O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que chegou “um pouquinho tarde” o apoio do governo aos estudantes de baixa renda que serão beneficiados em um programa de conectividade durante a pandemia. A iniciativa do MEC, anunciada em julho, vai oferecer acesso gratuito às atividades remotas de universidades e institutos federais para estudantes de baixa renda. As aulas presenciais estão suspensas desde março.
“Houve um delay [atraso], foi um pouquinho tarde para tomarmos essa iniciativa. Mas vocês têm que concordar conosco que o percurso administrativo que as coisas públicas possuem, e toda a nossa burocracia interna, ela nos torna um pouco mais lentos, e isso naturalmente foi uma das causas pelas quais a gente demorou um pouquinho mais do que aparentemente seria o razoável para poder oferecer isso que nós vamos oferecer”, afirmou Milton Ribeiro, que completou um mês à frente do cargo neste domingo (16).
A declaração foi dada nesta segunda-feira (17) durante uma entrevista à imprensa sobre o detalhamento do programa. De acordo com o MEC,o programa vai atender prioritariamente 400 mil estudantes, que têm renda mensal inferior a meio salário mínimo.
O custo será de R$ 24 milhões para oferecer chips pré-pagos ou bônus de internet. Segundo o MEC, das 69 universidades federais, apenas 25 estão com aulas a remotas.
Estudantes da rede pública se queixaram das dificuldades de acompanhar o conteúdo à distância durante a pandemia. Problemas na conexão à internet, falta de equipamentos de tecnologia (como computadores ou celular) para alunos de baixa renda e ausência de ambiente adequado foram entrave para aulas virtuais.
Quando o MEC foi questionado à época sobre quantos estudantes estavam, de fato, acompanhando o ensino remoto, a resposta foi: a pasta “não dispõe de informações acerca do número de alunos da rede pública de ensino do país que estão tendo teleaulas e aulas online até o momento”.
O questionamento havia sido feito no fim de junho, quando sete parlamentares enviaram um ofício ao MEC solicitando dados. A resposta foi assinada por Milton Ribeiro e enviada à Câmara.
g1