Profissional de saúde segura bolsa de plasma doada por paciente recuperado da Covid-19 no Cairo, Egito, no dia 22 de julho. O tratamento com plasma convalescente, com anticorpos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2), pode ajudar pacientes infectados a combater a doença. — Foto: Khaled Desouki/AFP
A cientista-chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, alertou nesta segunda-feira (24) que o tratamento da Covid-19 com plasma convalescente (material com anticorpos retirado do sangue de pacientes que já se recuperaram da doença) ainda é experimental.
“Os resultados têm sido inconclusivos”, afirmou Swaminathan, reforçando que o uso da substância só deve ser feito dentro de ensaios clínicos.
“O que envolve é coletar plasma de pessoas que se recuperaram da Covid e usar para transfundir em alguém que está doente. Geralmente, é usado em pacientes gravemente doentes, hospitalizados”, explicou a cientista.
A foto, tirada em um hospital em Bogotá, na Colômbia, no dia 12 de agosto, mostra bolsas de plasma doadas por um médico que se recuperou da Covid-19. O tratamento pode ajudar pacientes que estão infectados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). — Foto: Raúl Arboleda/AFP
“No plasma convalescente, um dos desafios é cada indivíduo pode ter concentrações diferentes de anticorpos neutralizantes, e é muito difícil realmente testar e padronizar isso. Não é uma terapia padrão, porque o sangue está sendo retirado de diferentes pacientes e sendo transfundido”, continuou Swaminathan.
“Existem vários ensaios clínicos acontecendo ao redor do mundo, olhando para o plasma convalescente comparado ao tratamento padrão. Apenas poucos deles relataram resultados”, disse. “Claro que países podem fazer o uso emergencial se acharem que os benefícios superam os riscos, mas isso normalmente é feito enquanto se espera por evidências mais definitivas”, ponderou.
fonte:G1