O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou novamente em forte queda nesta sexta-feira (6) e voltou para o patamar de agosto do ano passado. A sessão foi marcada por preocupações sobre a eficácia de medidas como cortes de juros para blindar as economias dos impactos do surto de coronavírus.
O Ibovespa recuou 4,14%, a 97.966 pontos. É o menor patamar de fechamento desde 27 de agosto (97.276 pontos). Veja mais cotações. Na véspera, a bolsa brasileira teve queda de 4,65%, a 102.233 pontos.
Na semana, a bolsa acumulou queda de 5,95%. No ano, o tombo já é de 15,28%.
Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,36%, cotada a R$ 4,6343
Os investidores estrangeiros retiraram R$ 44,8 bilhões da bolsa brasileira este ano até o dia 4 de março. O valor supera os R$ 44,5 bilhões que saíram em todo o ano passado, e que foram recorde para um ano fechado de toda a série histórica divulgada pela B3, iniciada em 2004.
“À medida que os casos de coronavírus no mundo não param de crescer e colocam em ‘xeque’ a capacidade das principais economias globais reagirem ao surto, cresce o temor de uma recessão global”, escreveu a equipe da corretora Rico.
“Mais empresas anunciaram cortes nas projeções para 2020, e vários bancos americanos já começam a anunciar planos de contingência. Diante disso, o mercado pode estar se lembrando de como a bolsa costuma reagir historicamente a momentos de recessão”, informou a corretora.
Preço do petróleo despenca
Na Europa e nos EUA, as principais bolsas registraram queda nesta sexta e o preço teve o maior recuo em 11 anos, com o fracasso das negociações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com a Rússia para realizar cortes profundos na produção.
Nos mercados externos, as ações ligadas a empresas aéreas e do setor de turismo e lazer lideraram as baixas do dias, uma vez que pessoas em todo o mundo têm cancelado viagens não essenciais.
Mais de 98.000 pessoas foram infectadas em mais de 85 países e mais de 3.300 pessoas morreram, segundo contagem da Reuters.
Na véspera, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) informou que o setor de transporte aéreo de passageiros pode sofrer perdas de até US$ 113 bilhões em receita este ano.
G1