A variante delta do coronavírus já é considerada predominante em ao menos mais quatro países além da Índia, onde ela foi descoberta: Reino Unido, Israel, México e Bélgica.
Nos Estados Unidos, já há estimativas de que ela seja a responsável pelo maior número de casos. A delta foi identificada no Brasil há cerca de um mês e provocou duas mortes. Nesta semana, ela foi identificada pela 1ª vez em um paciente da cidade de São Paulo.
Delta pelo mundo
A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, alertou no mês passado que a variante delta tem se tornado a cepa dominante em todo o mundo. Segundo ela, o alto ritmo de transmissão desta variante identificada tinha um papel importante na sua predominância, mas que as vacinas continuavam eficazes no combate ao vírus.
- Reino Unido: Os países do Reino Unido foram os primeiros a reconhecer que a variante delta havia ultrapassado a alfa. No começo de junho, ela já era responsável por mais de 70% dos novos casos. A alta taxa de vacinação e a manutenção de medidas de distanciamento social evitaram altos índices de casos e mortes pela doença. No começo deste ano, o país teve picos de mortes acima de 1,2 mil vítimas a cada 24 horas, mas mantém sua média abaixo dos 20 óbitos diários por Covid-19 desde o final de abril.
- Israel: Mesmo com 60% da população vacinada, Israel readotou restrições por conta da disseminação da variante delta. A preocupação aumentou após registros de mais de cem novas infecções por dia, sendo zero o número no começo do mês. A maioria dos novos infectados são jovens e crianças em idade escolar – que ainda não foram vacinados. Ainda que o número de casos tenha aumentado, o país segue com a pandemia sob controle e as vacinas utilizadas conseguem proteger a população de casos mais graves da doença. As mortes se mantêm próximo de zero desde o início de junho.
- México: Apenas 1/4 da população recebeu a 1ª dose da vacina e as autoridades mexicanas se preocupam com a variante delta, dominante nas maiores cidades. Dados do governo mexicano apontam um aumento de 64% das infecções por Covid-19 em apenas 3 semanas de junho.
- Bélgica: Uma projeção feita pela universidade belga de Hasselt/Leuven aponta que mais de 50% das novas infecções registradas nesta primeira semana de julho já sejam da variante delta do coronavírus. No início do mês passado esse número não chegava a 25% de todas as infeções do país, o que aponta uma rápida transmissão desta cepa principalmente em pessoas mais jovens. O país também avança lentamente na sua campanha de vacinação, e apenas 44% da população adulta recebeu as duas doses da vacina.
- Estados Unidos: O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontou uma estimativa de que, em 3 de julho, a delta representava 52% dos casos no país. As mortes no país estão em queda desde fevereiro, com uma forte campanha de vacinação puxada pelo governo de Joe Biden. O problema agora é convencer parte da população que se recusa a vacinar, o que fez com que os EUA não cumprissem a meta dos 70% vacinados até o dia da independência (em 4 de julho).
Para listar os países onde a delta é predominante, o G1 considerou dados disponíveis na plataforma Our World in Data, projeto ligado à Universidade de Oxford. Além disso, a Bélgica foi adicionada porque um estudo local apresenta a predominância da delta nos novos casos de Covid.
Fonte: G1