Apenas uma noite sem dormir é o suficiente para desestabilizar sua saúde física e mental diária. Além disso, passar consecutivas noites em claro aumenta esses impactos negativos, segundo estudo publicado na semana passada na revista especializada Annals of Behavioral Medicine.
“Ficar dias sem dormir está associado à diminuição de emoções positivas e ao aumento das negativas, além de sintomas físicos”, afirma a pesquisadora Soomi Lee, professora da Escola de Estudos do envelhecimento da Universidade da Flórida, que coordenou o estudo.
Adultos devem dormir pelo menos 7 horas por noite, no entanto, 1 em cada 3 não segue essa recomendação, segundo os Centro para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Os efeitos negativos da privação do sono estão relacionados a diversas doenças, como problemas cardiovasculares, diabetes, obesidade e demência.
As consequências diárias de passar consecutivas noites sem dormir, no entanto, ainda não foram alvo de muitos estudos. O trabalho de Lee focou especificamente nos efeitos da falta de sonoo (menos de seis horas por noite) no dia a dia e se eles podem ser cumulativos.
O estudo acompanhou os registros diários de sono de 1958 adultos, de 2004 a 2006. A análise mostrou que ficar acordado por apenas uma noite já é o suficiente para ter efeitos negativos no bem-estar físico e mental. À medida que as noites em claro aumentaram, os efeitos negativos são amplificados.
“Quando a insônia se torna crônica, o organismo perde a capacidade de se recuperar, acumulando stress e prejudicando o desempenho diário”, afirma Lee. Esses efeitos adversos crescem à medida que aumentam os dias sem dormir, incluindo dores no corpo, problemas gastrointestinais e respiratórios, de acordo com o estudo.
A importância de dormir
Segundo Bhanu Kolla, professor associado de psiquiatria e psicologia na Clínica Mayo, que não participou do estudo, essas descobertas aprofundam o conhecimento sobre os efeitos negativos da privação do sono. “O sono é um dos pilares da boa saúde”, afirma.
Ao contrário de pesquisas anteriores sobre o tema, o trabalho de Lee usou dados da vida real em vez de experimentos em laboratório e uma amostra grande. “No entanto, os dados baseados em relatos, ao invés de medidas mais objetivas, não são os ideais”, diz kolla.
Segundo Lee, as pessoas não entendem a importância de dormir para a saúde diária e no longo prazo. Ela diz que a rotina de sono de um adulto afeta seus filhos e sua família, daí a necessidade desse tipo de estudo. “Precisamos priorizar nosso sono, que costuma ser comprometido devido aos compromissos diários”, afirma.
Kolla diz que esse estudo garante futuras investigações sobre como ajudar as pessoas a dormir melhor. Lee afirma que seu objetivo de longo prazo pesquisar e promover programas para isso.
A recomendação da especialista para ajudar a melhorar o sono é reconhecer que esse é um dos três pilares da saúde, ao lado da dieta e da atividade física. Se você mantém uma rotina que inclui uma boa dieta e exercícios, haverá um efeito sinergético no sono, segundo Lee. Ela também aconselha manter um horário para dormir e acordar sempre que possível.
(Texto traduzido. Leia o original, em inglês)
fonte: cnnBrasil