As fortes chuvas que atingem o Brasil nos últimos dias já fizeram com que mais de 113 mil pessoas tivessem de deixar suas casas em oito estados brasileiros, segundo levantamento realizado pela Agência CNN nesta terça-feira (11). O número considera a soma de desabrigados e desalojados.
Os conceitos de desabrigado e desalojado são diferentes. Desabrigado é aquele que perdeu a casa e está em um abrigo público. O desalojado teve de deixar sua casa –não necessariamente a perdeu– e não está em abrigos, mas sim na casa de um parente, amigo ou conhecido, por exemplo.
A Bahia é o estado mais atingido, com mais de 87 mil pessoas que tiveram de deixar suas moradias. Segundo dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), aproximadamente 856 mil pessoas foram atingidas, com ocorrências em 183 municípios.
Minas Gerais vem em seguida, com cerca de 17 mil pessoas afetadas. Nas últimas 24 horas, as chuvas causaram dez mortes no estado. O governador Romeu Zema (Novo), declarou, em entrevista à CNN, que a região parece um “cenário de guerra”.
“Como o solo está encharcado, qualquer nova chuva pode provocar deslizamento, toda a cobertura do estado está saturada de água, o risco é eminente, existe. Já tivemos vítimas fatais. Viagem somente em caso de extrema necessidade, novos deslizamentos podem acontecer a qualquer momento nessas regiões com chuvas nas próximas horas”, explicou Zema.
Segundo levantamento das polícias Rodoviária Federal e Militar Rodoviária do estado, 138 rodovias estaduais e federais estão obstruídas. A plataforma do sistema rodoviário indica que 96 rodovias estão parcialmente interditadas e outras 42 estão totalmente obstruídas.
No Rio de Janeiro, 3.400 pessoas abandonaram suas residências. O estado segue em alerta vermelho devido aos riscos de temporais. Apenas na capital, mais de 70 imóveis foram interditados por apresentarem riscos estruturais. Nas comunidades, as sirenes de emergência foram acionadas em onze comunidades para alertar sobre as tempestades.
Até o momento, os municípios de Bom Jesus do Itabapoana, Natividade, Trajano de Moraes e Cachoeiras de Macacu decretaram Situação de Emergência. Outras cidades estão avaliando os prejuízos das chuvas e, com o reconhecimento dessa situação, poderão contar com a ajuda financeira do governo federal.
No Tocantins 1.780 pessoas estão fora de casa nos municípios de Araguanã, Axixá do Tocantins, Dois Irmãos, Esperantina, Paranã, Rio dos Bois; Pedro Afonso; Tupirama; Tupiratins; Palmeirante; Bom Jesus; São Sebastião; São Miguel; São Sebastião, Sampaio e Itaguatins.
No Espírito Santo 1.690 que sofrem com as consequências da chuva, sendo que os municípios de Colatina e Linhares estão em risco hidrológico muito alto.
No Pará são 994 pessoas, sendo que 335 famílias ribeirinhas foram afetadas. O Rio Tocantins está com 11,97 metros acima do nível normal. Os moradores foram alojados em abrigos do Governo do Estado, da Prefeitura de Marabá e do Exército Brasileiro,
Segundo o governador Helder Barbalho (MDB) “este é o momento que deve ter a atenção de todos nós, já que há uma antecipação do calendário (de cheia dos rios). O que nos traz o alerta é o acompanhamento diário com a prefeitura, para que possamos atuar da melhor forma possível neste momento de muita dificuldade.”
No Maranhão as chuvas fizeram 842 pessoas abandonarem suas moradias. O Corpo de Bombeiros está apoiando a população, realizando a distribuição das cestas básicas, medicamentos e o transporte de famílias e de profissionais. Além disso, as equipes fazem o monitoramento das condições do tempo e dos volumes dos rios.
De acordo com o Major Lisboa, porta-voz do Corpo de Bombeiros maranhense, atualmente há 6 cidades em estado de emergência. Em entrevista à CNN Rádio, o Major avaliou que o período de chuvas começou antes da hora.
No Piauí, o governo faz um alerta para as 452 pessoas que saíram de suas casas, pedindo que elas procurem o cadastro que dá acesso ao Programa Cidade Solidária, feitos pelas Superintendências de Ações Administrativas Descentralizadas (Saads).
O governo federal monitora a situação em todo o país e pretende aprovar, nos próximos dias, créditos extraordinários para que o Ministério da Infraestrutura tenha mais recursos para a recuperação de rodovias e áreas afetadas por enchentes.
CNN Brasil