A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disponibilizou, nesta terça-feira (22), para o Ministério da Saúde, as primeiras doses da vacina da Covid-19 produzidas com o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) 100% nacional.
As pouco mais de 550 mil doses disponibilizadas já compõem as entregas da Fiocruz contratadas pelo Ministério da Saúde para 2022. Ao todo, o ministério contratou 105 milhões de doses da vacina da instituição para este ano, sendo 45 milhões de doses da vacina nacional.
Os imunizantes serão entregues conforme cronograma pactuado e demanda estabelecida pela pasta. A fundação já produziu um quantitativo de IFA nacional equivalente a cerca de 25 milhões de doses de vacina, das quais envasou 2,6 milhões de doses, incluindo as 550 mil já disponíveis. As demais (cerca de 2 milhões) estão em diferentes etapas para liberação.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou de evento da vacinação simbólica com as primeiras doses da vacina da AstraZeneca fabricadas inteiramente no Brasil, da formulação do ingrediente farmacêutico ativo ao envase, pela Fiocruz.
“Representa a nossa liberdade em relação à produção de vacina com IFA nacional. Parece um pequeno passo, mas na realidade é um grande salto para o nosso país. Isso representa uma aposta no fortalecimento do complexo econômico e industrial da saúde, que é indissociável para um país que há 30 anos apostou em construir o maior sistema de acesso universal, igualitário e gratuito do mundo”, disse Queiroga.
O ministro comentou, ainda, os investimentos na compra de imunizantes contra a Covid-19. “Temos assegurado até o final do ano mais de 500 milhões de doses de vacina e, com isso, nós temos a certeza de conter o caráter pandêmico da Covid-19”, afirmou.
Na cerimônia, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, destacou a importância da autonomia do país na produção do imunizante da AstraZeneca e a necessidade de uma distribuição igualitária das vacinas entre os países.
“Nesse cenário extremamente desigual, há países hoje com taxa de vacinação abaixo de 1% da sua população, enquanto outros já caminham para a quarta dose da vacina”, disse Nísia.
Nísia defendeu a revisão das estratégias em saúde pública dos países com o objetivo de ampliar o acesso à imunização.
“Diante do fenômeno de novas variantes de preocupação e da urgência de promover a igualdade no acesso à vacina, torna-se premente o esforço pela ampliação do acesso e fundamental a revisão das ações em nível global no campo da produção de vacinas, medicamentos e testes de diagnóstico”, destacou.
No encontro, o ministro da Cidadania, João Roma, lembrou as ações sociais realizadas pelo governo federal ao longo da pandemia, incluindo o Auxílio Emergencial.