A segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Rio, neste sábado (23), teve como destaques Grande Rio, Vila Isabel e Unidos da Tijuca (veja mais no vídeo acima). Os desfiles foram dominados por enredos com temáticas africanas e por elementos com visual lúdico.
Diferentemente da primeira noite, houve atraso e mais problemas técnicos. A Paraíso do Tuiuti estourou o tempo em dois minutos e a Portela teve um carro com uma parte danificada, um globo gigante que se rompeu. A Mocidade, por sua vez, sofreu com um “buraco” entre as alas devido a uma falha em uma estrutura desmembrada que não andou.
Grande Rio, Vila Isabel e Unidos da Tijuca desfilaram sem contratempos. A Grande Rio desmistificou o orixá Exu e a Vila Isabel fez um tributo a Martinho da Vila. A Unidos da Tijuca contou a lenda indígena do guaraná.
Na primeira noite, na sexta-feira (22), Imperatriz, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor desfilaram.
A Paraíso do Tuiuti abriu o segundo dia, no retorno de Paulo Barros, após passagem do carnavalesco pela escola em 2013. Com muitas citações à cultura pop (Pantera Negra, Beyoncé, RuPaul), a escola defendeu um enredo celebrando feitos de personalidades negras de várias áreas. Um dos carros teve problemas, o que fez a escola “acelerar” no final. Mesmo assim, ela estourou o tempo em dois minutos e vai perder dois décimos nas notas.
A Portela usou a árvore gigante africana baobá para falar de resistência, longevidade, sobrevivência e raízes profundas. A Portela homenageou Monarco, que era seu presidente de honra e morreu em 2021 aos 88 anos. Instrumentos da bateria e roupas dos integrantes estamparam seu rosto. Ele também foi referência da última alegoria, que levou os baluartes da escola para avenida.
A Mocidade Independente de Padre Miguel fez uma homenagem a Oxóssi, o orixá caçador que vive nas matas. O terceiro desfile da noite teve uma rainha de bateria careca, Giovana Angélica, e uma flecha voadora na comissão de frente. Um dos elementos mais chamativos foi um tripé com uma imensa árvore. Ao redor, vários caçadores se movimentaram ligados a ela por meio de um cipó.
A Unidos da Tijuca fez um desfile cheio de elementos lúdicos e cores vibrantes que transformaram a Sapucaí em uma floresta encantada para contar a lenda indígena do guaraná. A rainha de bateria, a cantora Lexa, usou uma fantasia inspirada no visual de Luma de Oliveira em seu desfile de 2005. O samba foi puxado por uma conexão de pai e filha: Wictoria Tavares estreou como intérprete da Tijuca ao lado do pai, o veterano Wantuir.
Rainha Paolla Oliveira desfila acompanhada pelo namorado Diogo Nogueira
A Grande Rio desmistificou o orixá Exu, o mensageiro entre o mundo espiritual e os seres humanos. As fantasias e outros elementos apresentaram um visual mais rústico, com retalhos e materiais recicláveis. Como de costume, a escola trouxe famosos como Monique Alfradique, Bianca Andrade, Pocah, David Brazil, Gil do Vigor e a rainha de bateria Paolla Oliveira (como Pombagira, a representação feminina de Exu).
Sabrina Sato encanta como Rainha de Bateria da Vila Isabel
A Vila Isabel fez um tributo ao cantor de “Devagar, devagarinho” e uma rainha de bateria que chegou rapidinho de SP ao Rio. O enredo “Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho!” exaltou a vida e obra de Martinho da Vila, presidente de honra da escola. Martinho desfilou no chão, em uma ala com parentes e amigos. O público vibrou com o final feliz de uma maratona: após um atraso na Gaviões da Fiel, em São Paulo, Sabrina Sato conseguiu chegar ao Rio a tempo de ser rainha de bateria na Vila.
G1