Dando mais um passo importante para o reconhecimento e a valorização dos povos originários no Piauí, a Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos –Sasc, por meio da Superintendência de Igualdade Racial e Povos Originários, está realizando uma série de atividades voltadas para a saúde dos povos indígenas do estado.
De acordo com um mapeamento realizado, estima-se que atualmente existem no Piauí cerca de 27 comunidades indígenas organizadas, com 1.398 famílias e cerca 4.200 indígenas. Porém, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que serão apresentados em maio, mostram que esses números podem ser bem maiores, chegando a mais de 7 mil indígenas distribuídos em 153 municípios do Piauí.
O diretor dos Povos Originários, cacique Henrique Manuel, explica que a superintendência tem realizado avanços significativos no que se refere ao reconhecimento das comunidades, com equipes realizando visitas por todo o estado. As visitas têm como objetivo fazer um reconhecimento das prioridades e desafios enfrentados pelos povos originários, principalmente no tocante a saúde, e avaliando ações nas demais áreas.
Henrique Manuel também destaca que a Sasc vem priorizando as políticas públicas voltadas para os povos originários: “Nós hoje estamos trabalhando a implantação da saúde indígena diferenciada aqui dentro do estado. Já encaminhamos o pedido para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) para a implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) no Piauí e, no mês de junho, iremos realizar um seminário sobre este tema”, diz ele.
Para o cacique, as principais demandas são a luta pela terra, saúde, educação a agricultura familiar. Além de outras reivindicações como a casa de farinha, casa do mel, campo do tear, e fortalecimento da cultura e artesanato.
A Sasc também está em contato direto com a Secretaria de Saúde para realizar ações direcionadas para a saúde da mulher e do homem nas comunidades indígenas.
Rituais
O cacique Henrique Manuel também explica que, como parte da valorização e respeito aos povos indígenas e à história do estado, se faz necessário que a população em geral conheça partes importantes da cultura como rituais e a culinária dos povos originários. “Uma das coisas que a gente tem sentido uma grande necessidade é a questão da cultura: os rituais, os toreis, o próprio artesanato, isso precisa ser reforçado dentro do estado”, diz o diretor.