O presidente Lula deu posse ao general da reserva Marcos Antonio Amaro dos Santos (veja perfil abaixo) como novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em cerimônia fechada nesta quinta-feira (4).
Amaro, que respondeu pela segurança da ex-presidente Dilma Rousseff, substitui o general Marco Edson Gonçalves Dias, que pediu demissão em abril.
Dias deixou o caro após a divulgação de um vídeo em que aparece no Palácio do Planalto no dia das invasões golpistas de 8 de janeiro. As imagens mostram o então ministro e funcionários do GSI circulando entre os invasores.
Quem é Amaro?
Militar da reserva, Marcos Antonio Amaro dos Santos, 65 anos, chegou ao posto de general de Exército (quatro estrelas), o mais alto da carreira nas Forças Armadas.
Paulista de Motuca, Amaro atuou no GSI no governo de Dilma Rousseff. O militar, inclusive, acompanhava a então presidente nos passeios de bicicleta nas cercanias do Palácio da Alvorada.
A ex-presidente Dilma Rousseff anda de bicicleta acompanhada do general Amaro, um personal trainer e um segurança. A presidente pedalou pela Vila Planalto, entre o Palácio do Planalto e o Palácio da Alvorada — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O general foi secretário de segurança presidencial e assumiu o gabinete em 2015, quando o GSI perdeu o status de ministério e foi rebatizado Casa Militar, mudança desfeita pelo presidente Michel Temer.
Amaro também foi comandante militar do Sudeste e chefe do Estado-Maior do Exército. Em 2021, à frente do Estado-Maior, disse em um evento com Bolsonaro que sua espada não tinha “partido”. Na ocasião, ele lembrou que a frase é uma citação do patrono do Exército, Duque de Caxias.
Formação e experiência
O general Antonio Amaro, então chefe do Estado-Maior do Exército, em evento com o presidente Jair Bolsonaro. — Foto: Marcos Corrêa/PR
Amaro iniciou a carreira militar em 1974, na escola de preparação de cadetes, e concluiu a Academia Militar das Agulhas Negras em 1980. Oficial de artilharia, Amaro serviu em Jundiaí, Rio de Janeiro e Olinda, foi instrutor da Aman e da escola de aperfeiçoamento de oficiais.
O novo ministro foi adido militar na embaixada do Brasil no Suriname. Como coronel, comandou a escola preparatória de cadetes e a divisão de inteligência do Centro de Inteligência do Exército.
Já no posto de general, Amaro comandou unidades em Cuiabá e Santa Maria, além da Secretaria de Economia e Finanças do Exército.
Amaro realizou os cursos obrigatórios para um militar se tornar general, além da formação básica de paraquedista e observador aéreo. O militar também concluiu dois cursos de artilharia nos Estados Unidos e dois MBAs na área de gestão, um na Fundação Getúlio Vargas e outro na Fundação Armando Álvares Penteado.
Militar no comando
Com a posse do general Amaro, Lula mantém à frente do órgão um general do Exército, praxe desde a criação do gabinete, em 1938.
O GSI, entre outras atribuições, responde pela segurança do presidente da República e dos palácios presidenciais. Na gestão Lula, contudo, o governo criou uma secretaria, com maioria de servidores civis, que atua também na segurança do presidente.
Após a demissão de Gonçalves Dias, Lula nomeou como ministro interino Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça. Cappelli já havia atuado como interventor da segurança pública no Distrito Federal durante um mês, após os atos de 8 de janeiro.
Capelli recebeu a missão de fazer um diagnóstico do GSI e de acelerar a troca de servidores, a maior parte deles militares nomeados ainda no governo de Jair Bolsonaro.
fonte: g1