Após o primeiro turno das eleições presidenciais francesas neste domingo (10/4) – que qualificou o presidente Emmanuel Macron e Marine Le Pen, da direita radical -, vários candidatos derrotados de diferentes partes do espectro político, do comunismo à direita tradicional que já comandou o país, lançaram apelos a seus eleitores para que votem em Macron.
O objetivo é barrar a chegada do partido de Le Pen ao poder. É o que se chama na França de “frente republicana”, uma espécie de coalizão nacional contra a direita radical.
Macron liderou o primeiro turno com cerca de 28% dos votos, segundo as projeções, desempenho melhor do que o previsto nas últimas pesquisas, nas quais o atual presidente vinha caindo progressivamente.
Le Pen teria obtido em torno de 23% dos votos.
O pleito deste domingo foi marcado por uma forte abstenção, de 25% a 26% do eleitorado, de acordo com projeções. Ainda assim, ambos registraram resultados melhores do que no primeiro turno da eleição presidencial de 2017, quando conquistaram 24% e 21,3% dos votos, respectivamente.
Dez outros candidatos disputavam a eleição – e não pouparam Macron de críticas durante suas campanhas.
A socialista Anne Hidalgo, atual prefeita de Paris, foi a primeira a se posicionar a favor do atual presidente e exortar seus eleitores a votarem “contra a extrema direita” após a divulgação das pesquisas de boca de urna e da confirmação do segundo turno.
O ecologista Yannick Jadot deu declaração no mesmo sentido. O comunista Fabien Roussel afirmou que “não permitirá nunca que Le Pen assuma o poder” e lançou um apelo para que “todos os franceses utilizem a única cédula de voto disponível para derrotá-la no segundo turno”.
Valérie Pécresse, candidata do partido de direita Os Republicanos (dos ex-presidentes Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy), que fez durante sua campanha duras críticas à gestão do atual presidente, também anunciou que irá votar em Macron.
“Apesar das profundas divergências com Macron, as quais martelei ao longo da minha campanha, votarei nele com consciência para impedir a chegada ao poder de Marine Le Pen“, disse ela, acrescentando que a eventual vitória de Le Pen “conduziria a França à discórdia e a um segundo plano no cenário europeu e internacional”.
Pécresse destacou ainda os “laços históricos” de Le Pen com o líder russo, Vladmir Putin, que segundo ela impediriam a França de defender seus interesses.