Piauí comemora, neste 19 de outubro, duzentos anos de adesão às lutas pela Independência do Brasil. Tanto em 1822 como nos dois séculos seguintes, o povo piauiense mostrou sua garra e fibra diante dos diferentes desafios. Foi assim diante da seca, da falta de água e mais recentemente em relação à pandemia da Covid-19. Prova disso é que o estado conseguiu a marca de ser a unidade da federação que mais vacinou sua população.
Durante os momentos mais críticos da pandemia, a economia sofreu impacto significativo, com a retração das atividades econômicas. Esses impactos ainda não foram revelados formalmente com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas das nações e dos estados, mas as estimativas já comprovaram isso. No caso especifico do Piauí, os impactos foram semelhantes aos sentidos em outras partes do mundo. Mas mesmo assim, o estado tem se saído bem, segundo estudos realizados por instituições como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), quando o assunto é produção de riquezas.
Os últimos dados apresentados, relativos a 2019, apontam que o Piauí alcançou PIB de R$ 52,78 bilhões, com retração em volume no Produto Interno Bruto de -0,6%, em relação ao observado em 2018. Por mais que tenha tido diminuição, em decorrência das variações negativas de produto nos setores da agropecuária e serviços, o estado conseguiu manter sua performance de crescimento acumulado ao longo do período 2010 a 2019, com crescimento nominal de 21,9%, superior ao do Nordeste (9,7%) e do Brasil (6,8%).
Recentemente, estudo dos economistas Juliana Trece e Marcel Balassiano, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, sobre o crescimento do PIB nos últimos 35 anos, apontou que o Piauí está entre os 10 estados com maior crescimento do Produto Interno Bruto. Segundo o levantamento, o Piauí ocupa o nono lugar entre os 27 estados brasileiros na taxa média de crescimento anual do PIB entre 1985 a 2019, com o percentual de 3,4%. Ainda de acordo com o estudo da FGV, o Piauí teve o maior crescimento do PIB do Nordeste nesse período.
Distribuição das riquezas: Piauí deixou o mapa da pobreza
Em relação à distribuição às riquezas produzidas, o PIB per capita estadual atingiu em 2019 o valor de R$ 16.125, ante R$ 15.432,05 observado em 2018, havendo, portanto, uma expansão de R$ 692,95 e uma variação nominal de 4,55%. O que isso significa? Que um número maior de pessoas teve acesso à renda e a que a riqueza produzida foi distribuída a um número maior de pessoas.
Como consequência negativa da pandemia da Covid-19, estudos apontam um aumento da pobreza, pobreza extrema e a volta do fantasma da fome. Nesse cenário, mas com destaque qualitativo, o Piauí vem registrando resultados positivos no que tange à redução da desigualdade social e dos níveis de pobreza, principalmente nos últimos anos, corroborando com os cenários projetados em 2018 pelos órgãos de planejamento do Estado.
Ainda em 2018, as análises e cenários projetados no estudo sobre Desenvolvimento Humano e Política Social no Piauí, realizado pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), apontavam para uma redução dos graus de extrema pobreza e de pobreza, em ritmo extremamente acelerado, até 2022, e, nesse sentido, o estado vem sendo destaque, considerando o desempenho qualitativo e quantitativo obtidos nos últimos anos.
O Índice de Gini mensura o grau de desigualdade na distribuição de renda. O Piauí registrou, no período em referência, índices inferiores à média regional, demonstrando menores patamares de concentração de riqueza em um grupo específico. Importante frisar que no ano de 2020, a distribuição de renda no Piauí alcançou expressiva diminuição, com 0,474, enquanto a da região Nordeste foi de 0,526 e a do Brasil, 0,524.
Em maio deste ano, a FGV, com base em dados do IBGE, atestou, levando em conta a síntese do desempenho municipal da economia observados em 2019, que o Piauí deixou o mapa da pobreza do país. Com isso, o estado não tem mais nenhum município na lista das 50 cidades mais pobres do Brasil. O ranking leva em conta a renda per capita, ou seja, o resultado da divisão da riqueza de um lugar pelo número de habitantes. Na prática, a renda do piauiense cresceu e se passou a viver melhor no estado.
Segundo a secretária de Estado do Planejamento, Rejane Tavares, a base dessa transformação foi construída com foco especial na educação, saúde, emprego, melhoria da renda, “sedimentada em empreendimentos econômicos importantes que deram, como nunca antes, orgulho ao piauiense que deixou de morar no estado mais pobre do país”.
Ações e políticas contribuem para redução da pobreza
Uma das principais frentes de atuação do Governo do Piauí é a implementação de ações voltadas para redução da insegurança alimentar e incremento da renda para reduzir as desigualdades socioeconômicas e a extrema pobreza das famílias piauienses.
A governadora Regina Sousa destaca que os investimentos na agricultura familiar contribuem para que muitas famílias saiam da extrema pobreza. Segundo ela, isso repercute no PIB. A gestora adiantou que deixará para a próximo governo contratos já assinados com instituições internacionais como o Fida e o Banco Mundial com recursos garantidos para continuidade de programas e ações para o fortalecimento da agricultura familiar no Piauí.
“O pessoal da agricultura familiar está produzindo mais, vendendo mais e o piauiense se alimentando melhor, que é o mais importante. O Piauí gerou empregos, atraiu muitas empresas. Está aí o boom das empresas de energias renováveis com investimentos na área solar e eólica, com destaque no ranking nacional de produção desse tipo de energia. Estamos em destaque na produção de mel, de cera de carnaúba e grãos. Tudo isso faz com que a economia se movimente e cresça”, destacou Regina Sousa.
Ações para minimizar efeitos da pobreza no período da pandemia
– Foram disponibilizados R$ 4 milhões em recursos do Tesouro Estadual e do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop) para aquisição e distribuição de alimentos às famílias em situação de vulnerabilidade social.
– Programa de Alimentação Saudável (PAS) – Investimentos de cerca de R$ 1,5 milhão em 2020 para a compra de alimentos da agricultura familiar, beneficiando 20 mil famílias.
– Cartão Sasc Emergencial – destinação do valor mensal de R$ 200, pago em forma de crédito em cartão financeiro, atendendo 5 mil famílias que não recebiam auxílio de outros programas sociais.