A violência doméstica contra a mulher é uma realidade que atinge milhares de brasileiras todos os anos. Muitas vezes, essa violência se manifesta de forma repetitiva e previsível, seguindo um padrão conhecido como ciclo da violência. O ciclo é composto por quatro etapas: encantamento, aumento da tensão, agressão e arrependimento.
Na primeira etapa, o homem se mostra gentil e atencioso, mas já demonstra sinais de descontrole e ciúme, afastando a mulher da família, dos amigos, impondo restrições ao seu modo de vestir e às suas redes sociais.
Na segunda etapa, ocorre o aumento das discussões, das irritações, das humilhações e das ameaças. A mulher tenta acalmar o companheiro e evitar situações que possam desencadear sua raiva. Muitas mulheres acreditam que o comportamento violento é culpa delas ou resultado de algum problema externo.
Na terceira etapa, há a intensificação das agressões físicas, morais, psicológicas, sexuais e patrimoniais. O agressor explode em fúria e concretiza as ameaças feitas nas etapas anteriores.
Na quarta etapa, o homem se arrepende e pede perdão. Ele se torna carinhoso e promete mudar. A mulher acredita nas suas palavras e perdoa. Um breve período de tranquilidade se instala na relação, mas logo o ciclo se repete.
Muitas mulheres vivem esse ciclo por anos sem conseguir rompê-lo, correndo risco de vida. Diante disso, a secretária da SMPM, Karla Berger, destaca a importância dos serviços de acolhimento às mulheres em situação de violência oferecidos pela Prefeitura Municipal de Teresina (PMT).
“A violência doméstica contra a mulher é um problema grave e complexo, que exige uma atuação integrada e articulada de diversos setores da sociedade. A Prefeitura de Teresina, por meio da Secretaria da Mulher, tem o compromisso de oferecer serviços de qualidade e humanizados para as mulheres que sofrem esse tipo de violência, buscando garantir seus direitos e sua dignidade. O CREG é um exemplo disso, pois além de acolher e orientar as mulheres, também contribui para o seu empoderamento e emancipação. Nós queremos que as mulheres saibam que elas não estão sozinhas e que podem contar com o nosso apoio para romper o ciclo da violência”, disse a secretária.
Um desses serviços é o Centro de Referência Esperança Garcia (CREG), que busca acolher e resgatar a autoestima de mulheres em situação de violência doméstica, familiar ou de gênero. O CREG presta atendimento jurídico, social e psicológico e oferece Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). O serviço é gratuito e sigiloso.
Além disso, o CREG promove a autonomia financeira e produtiva das mulheres, por meio de cursos de capacitação profissional. O acesso ao serviço pode ser feito diretamente pelas mulheres ou por meio da rede de enfrentamento à violência contra a mulher. O CREG atende mulheres de 18 a 59 anos com uma equipe multiprofissional. O equipamento é seguro e não é um local de denúncia, mas sim de atendimento. “Se fizermos um estudo com as mulheres que estão em atendimento no CREG, não é a violência física que primeiro elas sofrem, mas a violência psicológica”, observa a coordenadora do espaço, Roberta Mara.
Acompanhamento da Guarda Maria da Penha
As mulheres acompanhadas pelo CREG que possuem medida protetiva são acompanhadas pela Guarda Maria da Penha, na qual presta a proteção das mesmas. Em alguns casos, há também o monitoramento do agressor para evitar que a violência volte a acontecer.
Ela reforçou a importância das pessoas poderem ajudar as mulheres em situação de violência e não julgá-las. “As pessoas têm que sensibilizar as mulheres a buscarem os serviços de apoio. Ela tem que ser encorajada e sensibilizada para denunciar”, destaca Roberta.
Onde encontrar o CREG?
Rua Benjamin Constant, 2170, Centro Norte.
Funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 17h.
Telefone: (86) 3233-3798 / 994116-9451
PMT