As condições dentro do hospital Al-Shifa são “catastróficas” à medida que unidades essenciais entram em colapso, disse o diretor do hospital, Mohammad Abu Salmiya, à CNN.
Cerca de 7 mil pessoas estão atualmente abrigadas no maior hospital de Gaza, junto com 1.500 pacientes, além da equipe médica, disse Abu Salmiya.
O hospital pediu ao exército israelense 600 litros de combustível para alimentar os geradores da unidade. Segundo a direção, Israel ainda não respondeu ao pedido.
No domingo, os militares israelenses disseram que entregaram mais de 300 litros de combustível para o complexo hospitalar, mas alegaram que o Hamas tinha impedido o hospital de receber o recurso.
Abu Salmiya disse à Al Araby TV que os funcionários estavam com muito medo de sair da unidade médica para buscar o produto, uma vez que o local está cercado pelo confronto.
“Dissemos ao exército israelense que os 300 litros de combustível que eles ofereceram não são suficientes para operar o hospital por 30 minutos”, disse ele à CNN.
“Não há mais água, comida, leite para crianças e bebés, a situação no hospital é catastrófica”, disse Abu Salmiya.
Al-Shifa está sob a responsabilidade do Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas. Israel afirma que o grupo radical tem a sua sede abaixo do edifício do hospital. Os médicos e os militantes negaram essa afirmação.
A CNN também conversou com um repórter da rede de TV Al Arabiya, Khader al Zaanoun, que está dentro do hospital. “A comunicação é muito ruim e quase impossível para nós reportarmos o que está acontecendo na unidade médica e ao redor. Quase não temos linha de celular e não temos internet”, afirmou al Zaanoun.
“Ninguém pode se locomover ou se atrever a sair do hospital. O pessoal aqui está ciente dos bombardeios que estão acontecendo. Vemos fumaça saindo desses ataques e sabemos que há pessoas em alguns desses edifícios atingidos, mas as ambulâncias não saem do hospital porque nos últimos dias um veículo foi atingido ao sair de Al-Shifa.”
As Forças de Defesa de Israel disseram nos últimos dias que há intensos combates acontecendo na área ao redor do Al-Shifa.
No domingo, o exército israelense disse que havia um corredor humanitário a leste do hospital que poderia ser usado por pessoas a pé e por ambulâncias. Não está claro quantos dos milhares de civis conseguiram usar esse corredor.
Al Zaanoun disse que as pessoas dentro do hospital “estão morrendo de fome. Não há comida nem água potável, mal conseguimos água da torneira durante uma hora por dia”.
Cnn Brasil