O avião do 11º voo da Operação Voltando em Paz, operado pela Força Aérea Brasileira (FAB), pousou na Base Aérea de Brasília nesta segunda-feira (11), por volta das 3h47 (horário de Brasília), trazendo 48 brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a lista inicial trazia 102 nomes de brasileiros e familiares próximos que solicitaram o resgate ao governo brasileiro. Porém, Israel negou a autorização de 24 pessoas.
Os motivos da negativa não foram divulgados. De acordo com o Itamaraty, dos 24 vetados por Israel, sete são pessoas com cidadania brasileira.
Os novos repatriados são 27 crianças e adolescentes, 16 mulheres e quatro homens. A lista inclui 11 pessoas com nacionalidade brasileiro-palestina, e 36 palestinos.
Com a proibição de autorizações por Israel, parte dos familiares de pessoas que não foram autorizadas a deixar Gaza desistiram da repatriação: das 78 pessoas com saída prevista, 47 cruzaram a fronteira de Rafahem direção ao Egito. Uma jovem já estava no Cairo, de onde a aeronave da FAB decolou para a viagem de volta ao Brasil.
Ou seja, cerca de 30 brasileiros permaneceram nas cidades de Gaza em Rafah, e também em campos de refugiados no território.
O governo federal contabiliza, desde a primeira operação de resgate, no dia 10 de outubro, 1524 brasileiros e familiares retirados da zona de guerra na Faixa de Gaza e repatriados no Brasil. Entre os passageiros, também foram resgatados 53 animais domésticos.
“Estamos sem respostas”
“A gente não sabe o que vai acontecer, não sabe se terá terceira lista. Estamos sem respostas”, disse o comerciante Imad Ahmed Shaheen, de 37 anos, que esperava há um mês retirar a família da Faixa de Gaza.
No sábado (9), o comerciante foi avisado pela mãe, Basema Shaheen, de 55 anos, que ela desistira da viagem para ficar ao lado do marido Imad Ahmed Shaheen, de 55 anos, e o irmão Ibrahim Emad Ahmed Shaheen, de 17 anos. Os dois estão entre as 24 pessoas vetadas por Israel.
“Minha mãe me falou que não viajou para não deixar meu irmão e meu pai. É muito triste. Ela está chorando, está com muito medo por causa dos ataques israelenses em Rafah”, contou o comerciante à CNN na tarde do sábado.
CNN BRASIL