No Brasil há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes. E mais da metade dessas pessoas não sabe que tem a doença. O diabetes é uma doença silenciosa e sem cura, mas que tem controle, por isso o tratamento é contínuo.
Na doença, o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. Sem ou com pouca insulina, o açúcar fica em excesso na corrente sanguínea.
O diabetes se apresenta de duas formas: no tipo 1 e no tipo 2, como explicou a endocrinologista Denise Franco no Bem Estar no É de Casa.
Diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que ocorre a destruição das células que produzem a insulina, ou seja, o pâncreas para de produzir a insulina. Por ser autoimune, pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais frequente na infância. Os sintomas mais comuns são sede, emagrecimento, muito xixi, cansaço e fraqueza. O tratamento é com insulina e não tem como prevenir.
No caso do diabetes tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas existe uma resistência. Como a insulina não age, o pâncreas entende que precisa produzir mais. O aparecimento de sintomas é mais lento e o diagnóstico também. Os sintomas são aumento de apetite, muito xixi, formiga no vaso sanitário, fraqueza, dor nas pernas, candidíase vaginal.
Cuidados da alimentação para quem possui Diabetes — Foto: Humana Assistência Médica
Dá para prevenir ou retardar o diabetes tipo 2 com compotamentos saudáveis: alimentação, atividade física, evitar o álcool, tabaco.
Quatro erros comuns que as pessoas com diabetes cometem:
- Horário
- Comer muito de uma vez só
- Não comer frutas e vegetais
- Não fazer atividade física
Fatores de risco
Além de genética e ausência de hábitos saudáveis, existem outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença:
- Diagnóstico pré-diabetes
- Pressão alta
- Colesterol alto
- Sobrepeso
- Doenças renais crônicas
- Diabetes gestacional
- Apneia do sono
Convivendo com diabetes
Quem toma insulina tem que seguir todas as etapas do tratamento. O endocrinologista João Salles deu algumas dicas. A primeira etapa do cuidado é medir direitinho a taxa de açúcar no sangue, a glicemia. “Medir a glicose significa ter controle sobre a doença”.
Quem usa a insulina mais de uma vez ao dia precisa fazer o teste de glicemia, obrigatoriamente, antes do café, do almoço e do jantar.
Vivendo bem com diabetes
Para o teste é preciso ter: lancetador, para furar o dedo; tirinhas para coletar a gota de sangue; e o aparelho que mede a quantidade de açúcar que está no sangue da fitinha. “É importante lavar as mãos, passar um pouco de álcool, deixar secar e, aí sim fazer o furo na lateral do dedo”. Tirinha no medidor e sai a taxa de açúcar!
Na segunda etapa, é preciso calcular a necessidade de insulina e muita atenção para aplicar a dose. Os melhores lugares para aplicar são a parte externa do braço ou da coxa e a barriga. Varie os pontos para evitar lesões.
Nunca descarte agulhas e seringas no lixo comum. Leve para o posto de saúde ou farmácias para descarte no lixo hospitalar. E não esqueça sempre da próxima dose. “Não pode pular as insulinas. Use nos horários corretos”.
Cirurgia metabólica
Algumas pessoas com diabetes do tipo 2 podem conseguir se livrar da doença com uma cirurgia: a metabólica. O cirurgião bariátrico Marcos Leão Villas Boas explicou que a cirurgia metabólica é igual à bariátrica, a diferença está no foco. “O que muda é a intenção de tratar. O foco na doença, no diabetes”.
Cirurgia metabólica pode ajudar pessoas com diabetes tipo 2
Na técnica mais usada para controlar o diabetes é feito um desvio para que os alimentos cheguem mais cedo ao trato digestivo. “Essa mudança na rota da comida faz com que uma parte do intestino delgado seja estimulada mais cedo. Esse pedaço produz dois hormônios importantes: um que traz saciedade e outro que influencia no açúcar”.
Mas para fazer a cirurgia existem critérios. Ter IMC entre 30 e 35, idade de 30 a 70 anos, e, no mínimo, dois anos tratando o diabetes sem sucesso. A cirurgia é mais eficaz quando é realizada no início do quadro de diabetes. Cerca de metade dos pacientes consegue ficar com o diabetes controlado, sem remédios.