“O que queremos com a Aliança é um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários, apoiando a implementação e a ampliação da escala de ações, políticas e programas no nível nacional” explicou o ministro Wellington Dias, em coletiva de imprensa.
O que queremos com a Aliança é um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários”
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
A ideia de formar uma Aliança é uma iniciativa do presidente Lula, que começou a ser trabalhada quando o Brasil assumiu a chefia do G20 em Nova Delhi, na Índia, no ano passado. A proposta é oferecer uma cesta de experiências exitosas de diversos países a outras nações que queiram adaptar e implementar estas políticas públicas em seus territórios.
“Queremos evitar a duplicação de esforços e posicionar a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza como um mecanismo que dará o impulso político necessário para mobilizar os fundos e mecanismos existentes e melhor organizá-los em torno de dois princípios: o foco nos mais pobres e vulneráveis e; a implementação consistente de políticas nacionais”, afirmou Wellington Dias.
Durante a coletiva de imprensa, o ministro lembrou ainda que a iniciativa busca o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 1 e 2, com a erradicação da fome e da pobreza extrema, e elencou dados que mostram um cenário desafiador. “Segundo estudos mais recentes da FAO, 735 milhões de pessoas passam fome no mundo. Os 10% mais ricos detêm 76% da riqueza do planeta, enquanto os 50% mais pobres possuem apenas 2%”, lamentou.
Força Tarefa
Um dos objetivos da reunião técnica é discutir como deve ser o termo de adesão dos países interessados em ingressar na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Ao longo de três dias de atividades, serão apresentados e debatidos quatro relatórios, elaborados por organizações internacionais presentes no encontro, como Banco Mundial, OMC, Unesco, FAO, OMS, Unicef, entre outras.
Os documentos evidenciam soluções e lacunas nas várias dimensões do enfrentamento à pobreza e à fome, incluindo a produção sustentável de alimentos, a proteção social, a criação de resiliência, e a colaboração internacional mais eficaz. “Esses relatórios mostram a importância de termos uma gama de políticas públicas sustentadas pelo Estado, embutidas num marco legal, e com escala e financiamento suficientes”, explicou o ministro.
Os trabalhos da Força Tarefa terão continuidade ao longo do ano, com novas reuniões em março, em Brasília, e em maio, em Teresina. “Nossa expectativa é que tenhamos tudo conformado em julho, durante nossa Reunião Ministerial, no Rio de Janeiro”, adiantou. “A partir daí, queremos estar em condições de expandir nossa Aliança para além do G20 de modo a chegarmos na Cúpula em novembro, no Rio de Janeiro, com o lançamento de uma Aliança verdadeiramente global, com o máximo de países”, concluiu.