O Grupo de Trabalho Desenvolvimento do G20 elaborou uma nota conjunta com a Organização Mundial da Saúde e o Ministério das Cidades sobre possibilidades para o financiamento do acesso universal à água e ao saneamento. De acordo com Celeste Badaró, coordenadora do GT, o tema foi bem recebido pelos representantes dos países membros, que indicaram questões de combate às desigualdades que precisam ser discutidas de forma transversal ao tema.
“Foi bastante recebido pelos membros. Alguns levantaram a importância de relacionar isso com igualdade de gênero, principalmente a questão da higiene menstrual de mulheres. Foi levantado também o fato de que as mudanças climáticas trazem mais estresse para as redes de agro-saneamento e a necessidade de tornar essas estruturas mais resilientes à mudança climática”, explicou a diplomata.
Outro tema de destaque foi a cooperação trilateral em países do Sul Global, uma das prioridades defendidas pelo grupo. Celeste explicou que o modelo envolve dois ou mais parceiros e pode garantir uma participação maior de cada uma das partes, de forma “que todos se beneficiem conjuntamente”, fugindo dos arranjos tradicionais de um doador e um receptor de recursos para projetos de desenvolvimento.
“Foi bastante bem recebido também. Dos países do G20, por serem países muito grandes, muito importantes, vários já fazem esse tipo de projeto de cooperação. Então, essa é uma prioridade que é do tipo ganha-ganha, que todo mundo pode mostrar o seu melhor, todo mundo pode mostrar projetos que já estejam fazendo. Temos grandes parceiros tradicionais que são países-membros com quem o Brasil faz bastante cooperação trilateral, como a Alemanha, o Japão, a França e o Reino Unido. Além disso, a gente ouviu de outras também experiências”, contou.
“Queremos trazer para o G20 a discussão de como garantir oportunidades iguais para todos, independentemente de gênero, de raça. de origem social, se a pessoa é migrante ou não, se é refugiado ou não, se a pessoa tem deficiência ou não, de acordo com a idade da pessoa também”.
Inclusão para enfrentar as desigualdades
A coordenadora do GT anunciou que o Banco Mundial vai desenvolver um estudo para mensurar as desigualdades nos países do G20 e apontar as melhores práticas políticas para reduzi-las, outro tema prioritário para o grupo. “Queremos trazer para o G20 a discussão de como garantir oportunidades iguais para todos, independentemente de gênero, de raça. de origem social, se a pessoa é migrante ou não, se é refugiado ou não, se a pessoa tem deficiência ou não, de acordo com a idade da pessoa também”, defendeu.
O grupo também discutiu a iniciativa brasileira de acrescentar à Agenda 2030 das Nações Unidas, de forma voluntária, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 18, sobre promoção da igualdade étnico-racial. “O Brasil considera que a gente tem essa meta voluntária, é algo nosso. Mostramos isso para os membros para inspirar que eles também adotem mais políticas de inclusão dessas minorias. Foi muito bem recebido pelos membros, a gente recebeu comentários muito impactantes”.