A vice-presidente dos Estados Unidos,Kamala Harris, discursou em um comício de campanha em Milwaukee, no estado de Wisconsin, nesta terça-feira (23).
O evento marcou sua primeira viagem a um estado importante para as eleições depois de assumir o controle da candidatura presidencial democrata para desafiar Donald Trump.
“O caminho para a Casa Branca passa por Wisconsin”, disse Harris no comício em Milwaukee a seus apoiadores.
A vice-presidente elogiou Joe Biden e pontuou que está profundamente grata pelo serviço contínuo do democrata à nação.
“É uma grande honra para mim ter o apoio de Joe Biden nesta corrida”, disse ela.
Harris também explicou que descobriu na manhã desta terça que conseguiu o apoio de um número suficiente de delegados — figura do sistema eleitoral dos EUA — para ser a candidata do Partido Democrata à Casa Branca.
“Estou muito honrada e prometo a vocês que passarei as próximas semanas continuando a unir nosso partido para que estejamos prontos para vencer em novembro”, destacou.
Novos ataques contra Trump
Kamala Harris voltou a atacar Donald Trump, com quem provavelmente disputará a Presidência em 5 de novembro.
A multidão gritou brevemente “prendam ele”, em referência a Donald Trump. Em 2016, os apoiadores do ex-presidente frequentemente faziam referência à então candidata democrata Hillary Clinton e gritavam “prendam ela” nos comícios do republicano.
Ela repetiu o que disse em discurso na segunda-feira (22), relembrando o período em que foi procuradora-geral estadual e destacando que lidou com criminosos de todos os tipos.
“Predadores que abusavam de mulheres, fraudadores que roubavam consumidores, trapaceiros que quebravam as regras para seu próprio ganho. Então, ouça-me quando digo: eu conheço o tipo de Donald Trump”, comentou.
“E nesta campanha, eu prometo a vocês: orgulhosamente colocarei meu histórico contra o dele em qualquer dia da semana”, acrescentou ela.
A vice-presidente dos EUA também barrar as proibições ao aborto de Donald Trump e ajudar a restaurar as liberdades reprodutivas.
“E nós que acreditamos na liberdade reprodutiva iremos parar as proibições extremas ao aborto de Donald Trump, porque confiamos que as mulheres tomarão decisões sobre seus próprios corpos e não terão o governo dizendo a elas o que fazer”, disse Harris a uma multidão animada.
“E quando o Congresso aprovar uma lei para restaurar as liberdades reprodutivas, como presidente dos Estados Unidos, eu a sancionarei”, ressaltou.
Principais pontos levantados por Kamala
Kamala Harris também voltou a repetir que o fortalecimento da classe média será um dos focos de um possível governo dela.
Veja abaixo alguns outros pontos levantados pela democrata durante o discurso:
- Liberdade dos trabalhadores de se filiar a um sindicato
- Assistência médica acessível
- Assistência infantil acessível
- Licença familiar remunerada
- Aposentadoria com dignidade
- Direito de votar para todos os americanos
- Segurança contra a violência armada, incluindo proibições de armas de assalto
- Restaurar a liberdade reprodutiva
Por que Wisconsin é importante?
A viagem a Wisconsin – um dos três estados da “Muralha Azul”, ao lado da Pensilvânia e Michigan nos EUA – é a quinta de Harris neste ano e a nona desde que se tornou vice-presidente.
Com Biden como candidato democrata, o caminho do partido para conquistar 270 votos no colégio eleitoral passou diretamente por esses estados. Isso pode ser o mesmo para Harris.
No entanto, é muito cedo para dizer se outro caminho – um que inclua os estados indecisos do Cinturão do Sol, Arizona, Nevada, Carolina do Norte e Geórgia nos EUA– poderá constituir uma parte maior do cálculo da democrata.
Kamala Harris se tornou a provável candidata do Partido Democrata depois que o presidente americano, Joe Biden, se retirou da campanha de reeleição no domingo, após semanas de disputas no partido e pesquisas internas que mostravam que seu apoio estava desmoronando em uma batalha contra o rival republicano Donald Trump.
A viagem a Wisconsin oferece outra oportunidade para que a ex-promotora da Califórnia, de 59 anos, reinicie a campanha dos democratas e defenda que ela está bem posicionada para derrotar Trump.
CNN Brasil