Todos os grupos de produtos e serviços tiveram alta no mês, com destaque para Alimentação e bebidas, que acelerou de 0,70% para 1,17%.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,04%. Em março de 2024, a variação havia sido de 0,16. Em 12 meses, a taxa acumulada subiu para 5,48%, contra 5,06% nos 12 meses fevereiro – maior patamar desde fevereiro de 2023 (5,60%). Veja abaixo a evolução:

O resultado veio em linha com o esperado, mas o IPCA segue acima do teto da meta. O centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2025 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O que pesou no mês
O grupo Alimentação e bebidas respondeu por 45% do índice do mês. As principais altas foram no tomate (22,55%), café moído (8,14%) e ovo de galinha (13,13%), que juntos responderam por ¼ da inflação de março. O café moído já acumula uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses.
“Para o tomate, com o calor dos meses de verão, houve uma aceleração na maturação, levando a antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços. Para os ovos, houve aumento por conta do custo do milho, base da ração das aves, além de estarmos no período de quaresma, com maior demanda por essa proteína”, disse Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.
No lado das quedas, destacam-se o óleo de soja (1,99%), o arroz (1,81%) e as carnes (1,60%).
No grupo Transportes, os destaques de alta em março foram passagem aérea (6,91%), gasolina (0,51%), óleo diesel (0,33%) e etanol (0,16%).
Já a energia elétrica residencial desacelerou dos 16,80% do mês anterior para 0,12% em março.
“Por um lado, continua-se a observar fortes pressões vindas da inflação de alimentos, enquanto a inflação do núcleo e de serviços mantém-se relativamente pressionadas, mas sem indicar fortes tendências de piora. Portanto, não vemos o resultado alterando a condução da política monetária”, avaliou André Valério, economista sênior do Inter.
O Banco Central elevou a Selic em 1 ponto percentual no mês passado, a 14,25%, e indicou um ajuste de menor magnitude na reunião de maio.
Inflação da baixa renda
O INPC (semelhante ao IPCA, porém com abrangência relativa a famílias com renda entre 1 a 5 salários mínimos) registrou variação de 0,51% em março, ante 0,19% no mesmo mês do ano anterior.
O INPC serve de referência para o reajuste do salário-mínimo e de benefícios sociais. No acumulado de doze meses, o índice ficou em 5,2%, acima dos 4,87% dos 12 meses imediatamente anteriores.
*Com informações da Reuters