Segundo dados do Sinan o estado do Piauí registrou 1926 casos de Sífilis Congênita de 2017 até o ano de 2020. A doença é uma das principais preocupações de saúde pública, uma vez que pode gerar deficiências graves nas crianças, e em alguns casos podendo evoluir para óbito. A Sífilis congênita é uma infecção de múltiplos sistemas pela bactéria Treponema pallidum, que é transmitida ao feto pela placenta. Entre os sinais da infecção estão lesões de pele características; aumento do fígado; baixo peso do recém nascido; pele amarelada; anemia; problemas respiratórios; problemas respiratórios entre outras questões.
Karinna Amorim, coordenadora de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde, aponta que os números do último ano podem não representar a realidade no estado e que agora, mais do que nunca, é essencial reforçar as medidas preventivas e seguimento dos protocolos. Segundo ela, no último ano devido a questão da pandemia Covid-19, muitas pessoas não tiveram acesso as testagens ou acompanhamentos clínicos, o que pode ter influenciado em uma identificação menor do número real de casos existentes.
“Por isso precisamos chamar atenção da sociedade, para não esquecerem de seguir com auto cuidado e buscarem os serviços de saúde para realizações de testagens, tratamento oportuno e acompanhamento. É fundamental que todas as gestantes sejam acompanhadas durante o pré-natal para fazer uma identificação precoce de casos de sífilis, evitando assim a transmissão vertical da infecção para os bebês e o surgimento de novos casos de sífilis congênita”, fala Karinna.
Em 2020 o estado registrou 220 novos casos de sífilis congênita, ao passo que em anos anteriores, como 2019, 2018 e 2017 o estado registrou respectivamente 543; 658 e 505 novos casos. Ao mesmo tempo, os números registrados pelo Sinan para sífilis em gestantes apontam que em 2020 o estado apresentou 768 novos casos, em 2019 foram 975 casos, 2018 registrou 847 casos e em 2017 foram 436 casos. A redução do número de casos de sífilis congênita em relação aos casos de sífilis em gestantes apontam a eficiência do tratamento que deve ser feito o mais rápido possível a partir da identificação na gestante.
A coordenadora destaca ainda que a prevenção deve ser feita o mais cedo possível, para evitar complicações para a gestante e seu bebê. “É preciso destacar que o controle da sífilis congênita vem a partir da gestação, com a mulher realizando corretamente o seu pré-natal, sendo testada e tendo o acompanhamento até o momento do parto, explica a coordenadora.
Outro ponto destacado por Karinna Amorim é que se mostra essencial que o tratamento para a sífilis seja feito tanto pela mulher como pelo seu parceiro uma vez que após ser curada a pessoa pode ser reinfectada se não continuar com as medidas preventivas.
“Todo o contexto, desde a prevenção, identificação precoce e tratamento da infecção através da penicilina, está presente gratuitamente no SUS. Isso reforça como é importante a população estar atenta para seu próprio cuidado, buscar serviços de saude para identificar de forma precoce a doença e ter o tratamento adequado, dessa forma quebramos a cadeia de transmissão e impedimos o surgimento de novos casos de sífilis congênita.
Sesapi