A identificação da cepa indiana foi feita a partir de mais de 1,2 mil sequências de genoma em mais de 17 países. No relatório sobre a pandemia divulgado na terça (27/04), a OMS informou que a “maioria das sequências carregadas para o banco de dados GISAID vem da Índia, do Reino Unido, dos Estados Unidos e de Cingapura”. A presença da variante também está confirmada na Bélgica, Grécia, Itália e Suíça.
De acordo com estudos preliminares da OMS, a mutação indiana “tem uma taxa de crescimento mais alta do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo que é mais contagiosa”.
A mutação B.1.617 é classificada pela OMS como uma “variante de interesse” e não como “variante preocupante”, como é o caso das cepas brasileira, britânica e sul-africana. As “variantes preocupantes” são as mais perigosas por serem mais contagiosas, letais e resistentes às vacinas.
Além da nova cepa, o agravamento da pandemia de Covid-19 na Índia deve-se, de acordo com a OMS, à falta de medidas de restrições sanitárias e ao excesso de aglomerações. O governo indiano passou a flexibilizar as medidas de combate ao coronavírus em março, quando liberou eventos como comícios e festivais religiosos.
A organização ainda não sabe se a variante indiana é mais agressiva que as detectadas primeiramente em outros locais, porém chama atenção para o fato de que as outras cepas também circulam atualmente na Índia — o que favorece para agravar ainda mais a crise sanitária atual. A OMS pretende investir em investigações adicionais para avaliar o contágio, a gravidade e o risco de reinfecção da cepa indiana.
A Índia registrou mais um recorde de mortes nesta quarta-feira (28/4), com cerca de 3.293 óbitos identificados nas últimas 24 horas. Até o momento, o país contabiliza mais de 200 mil mortes causadas pela Covid-19 e mais de 2,3 milhões de infectados apenas na última semana.