O Ministério da Saúde disse que vai iniciar nesta sexta (2) a distribuição dos 2 milhões de doses de vacinas da fabricante Janssen que foram doadas pelos Estados Unidos e estão paradas no Centro de Logística do Ministério da Saúde, em Guarulhos, na Grande São Paulo, há uma semana. A distribuição das doses deve ser finalizada até domingo (4).
No dia 25 de junho, o governo federal recebeu um pouco mais de 2 milhões de doses da Janssen. No dia seguinte, chegaram mais 947 mil doses.
O assunto veio à tona após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acusar o Ministério da Saúde de reter 678 mil doses da vacina que deveriam ser distribuídas para o estado de São Paulo.
Doses de vacina da Janssen contra a Covid-19. — Foto: WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Na quarta-feira (30), o governo federal disse que aguardava a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que chegaram em 25 de junho. No dia 30 de junho, a Anvisa disse que faltava receber documentos do Ministério da Saúde. Logo depois, a Anvisa informou que já tinha recebido os documentos e que as doses poderiam ser liberadas.
Na manhã de quinta-feira (1º), o Ministério da Saúde se reuniu com representantes dos estados e dos municípios para definir a estratégia de vacinação e o número de doses que iria para cada estado.
Ao todo, foram 3 milhões de doses doadas pelo governo norte-americano.
Governo de SP pede a liberação de doses
Em coletiva de imprensa na quarta-feira (30), Doria pediu a “imediata liberação de 678 mil vacinas da Janssen que estão estocadas no deposito” e declarou que o lote está parado desde o dia 25 de junho.
“Faço isso em nome de todos os governadores dos estados brasileiros, porque essas vacinas da Janssen foram doadas pelo governo norte-americano para o Brasil, chegaram no Aeroporto Internacional de Viracopos na sexta-feira. Nós estamos no dia 30 de junho e elas ainda não foram distribuídas pro sistema nacional de imunização”, disse Doria.
Em geral, vacinas importadas passam por um controle de qualidade para atestar se as condições de segurança do produto foram mantidas durante a viagem, antes de serem distribuídas. O mesmo procedimento é feito com doses da CoronaVac e da AstraZeneca.
Governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa na última quarta-feira (23) — Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
Além destas 3 milhões de doses doadas pelo governo norte-americano, o Brasil já recebeu outras 1,8 milhão de doses da Janssen anteriormente.
Foram entregues 1,5 milhão de doses no dia 22 de junho e outras 300 mil unidades no dia 24 de junho. Estes lotes fazem parte de um contrato do governo federal com a farmacêutica que prevê a entrega de um total de 38 milhões de doses até dezembro.
Até quarta, 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen tinham sido distribuídas pelo governo federal por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI).
A vacina da Janssen, do grupo Johnson & Johnson, é aplicada em dose única. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial do imunizante da Janssen no Brasil em 31 de março de 2021.
A doação das 3 milhões de doses ao Brasil é a maior já feita pelo governo americano a qualquer país até agora. O principal assessor do presidente Joe Biden para a América Latina afirmou que a doação ao Brasil reflete “o foco dos EUA para combater a Covid numa das regiões mais afetadas pela pandemia”. A intenção da Casa Branca é compartilhar 55 milhões de vacinas em todo o mundo.
A agência de regulação sanitária norte-americana (FDA) aumentou a validade das doses, de três meses para quatro meses e meio, desde que armazenados em temperatura de 2° a 8°C.
G1