O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu fazer menos mudanças no comando das procuradorias regionais e estaduais da República do que a sua antecessora, Raquel Dodge, havia feito ao assumir o posto.
As trocas, publicadas nesta segunda-feira (30) no “Diário Oficial da União”, se referem a cargos comissionados que dependem da escolha de quem ocupa o posto máximo da Procuradoria Geral da República (PGR).
Aras trocou 15 dos 32 chefes titulares das procuradorias da República das 5 regiões e das 27 unidades da federação. Os outros 17 permanecerão no cargo.
Em 2017, dias após assumir como procuradora-geral da República, Raquel Dodge manteve somente 11 dos chefes da procuradoria nas regiões e nos estados, e trocou outros 21 — a mudança foi de quase dois terços do total.
Chefe em Goiás será secretário de Direitos Humanos
Dentre os procuradores que permanecerão no comando de equipes após Aras assumir a PGR, está Ailton Benedito de Souza, que chefia a Procuradoria da República em Goiás.
Na edição desta segunda-feira do “Diário Oficial da União”, a mesma em que Ailton Benedito é renomeado para o cargo que já ocupava, ele foi nomeado para a função de Secretário de Direitos Humanos e Defesa Coletiva da PGR.
Entusiasta do regime militar (1964-1985), conforme publicou em uma rede social em 31 de março deste ano ao comemorar o golpe de 1964, Ailton Benedito chegou a ser indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para compor a Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
O nome do procurador, no entanto, foi rejeitado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal para integrar o colegiado. O grupo foi criado em 1995 para reconhecer desaparecidos por atividades políticas entre 1961 e 1979, período que engloba parte da ditadura militar até o ano em que foi promulgada a Lei da Anistia.
Nomeação do secretário-geral do MPU
Na última sexta-feira, em um dos primeiros atos como procurador-geral da República, Aras nomeou o subprocurador aposentado Eitel Santiago de Brito Pereira para o cargo de secretário-geral do Ministério Público da União (MPU).
Em 2018, o novo secretário concorreu nas eleições para deputado federal pela Paraíba e apoiou o então candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Em mensagem postada nas redes sociais, Eitel também já defendeu a tese de que o golpe militar de 1964 foi uma “revolução” da população brasileira para impedir uma “doutrina comunista” e uma “ditadura socialista” no país.
g1