O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou nesta sexta-feira (12) durante a COP26, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia, que o Brasil articulou consenso multilateral durante a conferência. Ele falou durante coletiva de imprensa no evento, que deve se encerrar entre hoje e amanhã.
“Foi um trabalho árduo e 24 reuniões importantíssimas [durante a COP] com vários países. Acabamos de ter uma reunião muito importante hoje. Ainda faltam alguns passos a serem dados por alguns países. O papel do Brasil foi de articulador, buscando consenso multilateral em temas importantes como financiamento do clima, que deveria vir na mesma proporção de redução de emissões”, disse o ministro.
Para o ministro, os recursos para financiamento devem acompanhar “na mesma proporção” as ações pela redução de emissões. “A mitigação é super importante, mas tem de estar atrelada a financiamentos robustos para garantir transição responsável e justa para todos”, disse.
‘Entraves’ sobre texto final da COP26
Ao analisar os acordos firmados durante a COP26, Leite afirmou que ainda há “entraves” em torno do relatório final da conferência, que deve apresentar as propostas finais das nações participantes da COP26.
“Espero que nas próximas horas a gente consiga chegar nesse consenso, apesar de haver alguns entraves com relação ao texto, em relação a um ou dois países que ainda estão desenhando esse texto final. É um desafio que continua nas próximas horas (…) Espero que a gente consiga dar mais um passo.”
Uma versão do rascunho do acordo COP26 foi publicada na manhã desta sexta-feira (12). O texto, que ainda pode ser alterado, mantém uma referência sem precedentes aos combustíveis fósseis, apesar de uma ampla campanha dos principais produtores de carvão, petróleo e gás para sua remoção completa.
Nesta tarde, o ministro do Meio Ambiente fez um balanço da participação do Brasil na COP26. Ele afirmou que a pasta e o Ministério das Relações Exteriores tem trabalhado com “espírito construtivo” na conferência para chegar a um objetivo comum “para garantir recursos para uma transição justa, que é um objetivo de todos nós”.
Fundo de US$ 100 bilhões
Leite ainda avaliou a questão do fundo de US$ 100 bilhões que ajudaria na implementação de tecnologias que reduzissem a emissão de carbono na atmosfera para países pobres e nações em desenvolvimento.
Para o ministro, esse fundo não será fechado na COP26 – ele afirmou que o Brasil “tem preocupação que esse chegue aos US$ 100 bilhões, e não vai chegar”.
“O grande desafio desses US$ 100 bilhões é um volume maior e de mais eficiência no seu uso, que garanta a eficiência no seu uso (…) Os países em desenvolvimento pediram mais ambição, mas não tiveram a mesma proporção de recurso. Esse é um desafio que ainda temos pela frente. Nós não vamos chegar agora em US$ 100 bilhões.”
Cnn Brasil