O ano legislativo começa nesta segunda-feira (5) com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, estremecidos.
Lira fez chegar críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o trabalho do ministro, como promessas não cumpridas de nomeações em estatais e liberações de emendas.
Conforme apurou a CNN, Lira levou sua insatisfação com a articulação política do governo ao ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Segundo relatos, Lula disse a interlocutores que entende a insatisfação de Lira, mas deixou claro que pretende manter Padilha no cargo. Lula e Lira devem conversar diretamente ainda nesta semana.
Até hoje o PT resiste em liberar as vice-presidências da Caixa prometidas com Lira, que indicou apenas o presidente. A Caixa é um banco público, que ainda assim entrou no loteamento do governo por apoio político.
O veto de Lula a R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares para preservar investimentos dos ministérios também não ajudou. Segundo congressistas, o valor total das emendas teria sido negociado com o ministro da articulação política.
Pessoas próximas a Padilha apresentam dados que mostram que o governo Lula liberou mais emendas do que a gestão Bolsonaro, mas isso não convence os parlamentares que, naquela época, dispunham do orçamento secreto e decidiam quando e para onde iam os recursos.
Aliados de Lira, no entanto, negam a pressão para a troca do ministro das Relações Institucionais e dizem que o presidente da Câmara sabe que essa é uma prerrogativa do presidente da República. Um entendimento entre Lira e Padilha é fundamental para o andamento das pautas do governo em 2024.
CNN Brasil