A vitória rápida e avassaladora marcou o resultado da eleição dos Estados Unidosnesta quarta-feira (6). Segundo projeção da agência de notícias Associated Press, com base na apuração dos votos em cada estado, Donald Trump venceu a batalha eleitoral.
Veja, abaixo, por que Trump teve um dos desempenhos mais folgados dos últimos anos nos EUA.
Vitória em números e nos colégios eleitorais
O candidato republicano venceu em duas frentes: tanto no número total de votos populares quanto no Colégio Eleitoral, o sistema de contagem de votos que é utilizado pelos EUA para declarar um vencedor.
Nos EUA, vence quem leva o maior número de delegados, espécies de representantes dos eleitores que refletem o resultado dos votos populares nas urnas. Cada estado tem um número específico de delegados, e todos eles vão para o candidato que tiver o maior número de votos em cada estado.
Por isso, pode acontecer de um candidato ter mais votos de eleitores, mas, na complexa contagem de delegados, perder.
Foi exatamente o que ocorreu na primeira vitória de Trump, em 2016. Na ocasião o republicano derrotou a então candidata democrata, Hillary Clinton, apenas no Colégio Eleitoral. Ou seja: a democrata conquistou mais votos numericamente — se os EUA tivessem uma eleição direta, como o Brasil, Hillary teria vencido.
Neste ano, pesquisas de intenção de voto sugeriam que o mesmo poderia acontecer. Na maioria delas, Kamala aparecia ligeiramente à frente de Trump nas intenções de voto nacionais, mas em situação de empate técnico nos estados-chave.
O resultado, no entato, contrariou essa tendência, e Trump levou a melhor nas duas frentes.
Trump também venceu em todos os estados-chave — os estados onde não há uma tradição de preferência por um ou outro partido, e o voto varia de acordo com cada eleição. Por isso, esses sete estados — Carolina do Norte, Georgia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada e Pensilvânia — acabam acaparando quase toda a atenção.
Desde que Kamala Harris assumiu a candidatura do Partido Democrata no lugar de Joe Biden, que desistiu da corrida eleitoral, as pesquisas de intenção de voto vinham apontando uma situação de empate nos sete estados-chave.
Alguns levantamentos apontavam uma ligeira vantagem de Trump em alguns deles, mas ainda dentro da margem de erro.
O resultado mostrou que a vantagem era real não só em alguns, mas em todos os estados-chave: Trump já venceu em quatro dos sete deles. Os outros três ainda estavam em apuração até a última atualização desta reportagem, mas a Associated Press indicava que o republicano levará a melhor.
Avanço em estados democratas
Donald Trump é eleito presidente dos EUA
O desempenho de Trump também foi melhor que o previsto e o que em eleições anteriores nos estados tradicionalmente democrata.
Apesar de Kamala Harris ter vencido a corrida deste ano nesses estados, a margem com Trump foi menor que a esperada. Foi o caso de Virginia, Minnesota e Novo México.
Na maioria dos estados democratas, Trump superou seu desempenho em 2020, quando perdeu para Joe Biden.
Foi dos subúrbios dos principais centros urbanos dos Estados Unidos de onde saíram os primeiros sinais de que o desempenho de Trump nos redutos democratas poderiam ser melhor que os esperados.
Historicamente, subúrbios mais ricos e com melhores níveis de educação de cidades como Kansas City, Phoenix e Nova Orleans, capitais de estados republicanos, votam pelo Partido Democrata.
Este ano, no entanto, o apoio desses distritos para Kamala Harris foi o menor que o esperado, em um sinal de perda de força do partido nestas eleições.
Coincidentemente foi com os delegados de Wisconsin, um estado onde os republicanos concentraram esforços durante a campanha, que Trump garantiu a vitória nesta eleição.
Justamente o resultado de Wisconsin, um dos sete estados-chave, que fez com que o republicano conquistasse o número mínimo de 270 delegados para vencer o pleito.
Em 2016, Trump perdeu no estado por uma margem apertada para Biden. Desde então, o Partido Republicano traçou a estratégia de tentar reconquistar os eleitores de Wisconsin. Exatamente por isso, a Convenção Nacional da sigla aconteceu lá, em julho.
Ccom PI