Jair Bolsonaro ao lado do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no lançamento da pedra fundamental de colégio militar em SP
O presidente da República, Jair Bolsonaro, lançou na manhã desta segunda-feira (3) a pedra fundamental no local onde será construído o Colégio Militar em São Paulo, localizada no antigo Centro Logístico da Aeronáutica, no Campo de Marte, na Zona Norte. A unidade da capital paulista será a 14ª do país.
Durante seus discurso, Bolsonaro aproveitou para criticar os governadores do Nordeste que recusaram a criação de colégios cívicos-militares em seus estados.
“Não existe momento mais gratificante do que este, do que lançarmos uma pedra fundamental para a feitura de uma escola comprovadamente de qualidade. Seria ironia, mas é uma grande verdade, conversando com o ministro Weintraub há pouco sobre as notas do Brasil na prova do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes]. O Brasil chegou a uma situação na Educação que não pode ser ultrapassada por mais ninguém, porque já estamos no último lugar. E essa prova do Pisa foi realizada em 2018, antes do nosso governo. Apesar do tempo relativamente curto, com toda certeza, melhoraremos sim muitas posições para a próxima prova que será realizada em 2021. E deixo bem claro também, se deixarmos nessa prova do pisa apenas alunos de Colégios Militares, de escolar militarizadas, por exemplo, de Goiás do governador Caiado, o Brasil estaria entre os dez do mundo”, afirmou o presidente.
No entanto, o que o presidente falou não retrata a realidade. O Brasil não foi o último colocado no ranking do Pisa. O resultado aponta ligeiro aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10 colocados na prova de matemática. Os resultados seguem muito abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 487 em leitura, 489 em matemática e 489 em ciências. Esses valores são usados como referência de educação de qualidade pelo Brasil e demais países. Na prova de leitura, o Brasil ficou na 57ª posição de 77 países participantes.
“Por isso, oito dos nove governadores do Nordeste não aceitaram a escola cívico-militar. Para eles, a escola vai muito bem, formando militantes e desinformando lamentavelmente. Aqui no Sudeste tivemos dois governadores que não aceitaram, a questão político-partidária não pode estar à frente da necessidade de um país. Um jovem bem formado será útil para si, para sua família e para seu país no futuro, é isso que nós queremos”, afirmou.
Após o descerramento da pedra inaugural, foi feita uma oração para abençoar a lugar. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, e a secretária de Cultura, Regina Duarte, estavam presentes no evento, que contou ainda com a presença de autoridades militares das Forças Armadas em São Paulo e de pessoas ligadas à Educação.
O colégio deve ser entregue até o final de 2022. Enquanto isso, temporariamente, os alunos iniciam o ano letivo nesta manhã no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo (CPOR) na Rua Alfredo Pujol, em Santana, próximo do local onde ficará a unidade definitiva.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai doar os projetos básico e executivo da obra do colégio. O valor doado não foi informado.
g1