É verdade que o presidente Jair Bolsonaro se irritou primeiramente com Marcos Cintra em razão da defesa de uma espécie de CPMF. Mas não foi só por isso que o secretário da Receita caiu.
Ainda no governo de transição, em novembro, Bolsonaro ameaçou demiti-lo após Cintra declarar que defendia um novo tributo similar à CPMF. O presidente, eleito dias antes, chamou Cintra de “esse cara” – e demonstrou irritação com notícia de que havia um plano para recriar a CPMF no seu governo – o que ele havia negado durante a campanha.
Na ocasião, Bolsonaro disse que “não podia haver críticas” – e que quem queria criticar ou ser oposição tinha que estar fora do governo dele. Paulo Guedes assumiu o Ministério da Economia e Cintra, a secretaria da Receita.
Mas os problemas do secretário do primeiro semestre até hoje não se resumiram ao plano do novo imposto – pelo contrário.
Cintra entrou em rota de colisão com o presidente quando deu uma entrevista sugerindo que o novo tributo atingiria até o dizimo das igrejas, o que irritou o presidente, que tem forte base entre evangélicos, e levou Bolsonaro a desautorizar o secretário nas redes sociais.
Ao mesmo tempo, em outra frente, Cintra ganhou como desafeto a cúpula do Congresso Nacional. O motivo: foi às redes sociais, em meio à crise Maia-Bolsonaro, criticar os parlamentares.
g1/blog Andreia sady