O interesse pelo Clubhouse, rede social baseada em conversas por voz, disparou nos últimos dias. As buscas pelo app no Google cresceram 525% em uma semana, segundo o próprio buscador.
Exclusivo para iPhones e limitado para pessoas com convite, a fama do app tomou forma quando Elon Musk, homem mais rico do mundo, participou de conversas na plataforma.
Outras personalidades como Oprah Winfrey, Drake e Ashton Kutcher também já entraram na onda. No Brasil, Boninho, o diretor do Big Brother Brasil, também alavancou o interesse pelo app ao conversar sobre o reality show.
Saiba mais sobre a novidade:
Como funciona o Clubhouse?
O Clubhouse é baseado em áudio, com diversas salas de bate-papo com duração pré-determinada. Não há fotos ou vídeos, a não ser as imagens do perfil de cada pessoa.
Na maioria das vezes, os ambientes são definidas por temas, mas é possível criar espaços livres, para chamar os amigos e falar sobre vários assuntos.
Em salas menores, todos os participantes podem ficar com o microfone aberto.
Nos eventos maiores, um moderador controla o fluxo da conversa e é possível pedir para falar com um emoji de “mão levantada”.
O limite para ouvintes é de 5 mil pessoas simultâneas, não há opção de gravar conversas, e elas não ficam armazenadas dentro da plataforma – com exceção de quando um usuário relata algum abuso dos termos de uso, segundo o app.
Como conseguir um convite?
Por enquanto, o Clubhouse só está disponível para iPhones e é preciso ter um um convite para entrar.
Os interessados podem baixar o app e entrar em uma lista de espera, que é sincronizada com os contatos do celular. Caso algum amigo já esteja dentro da plataforma, ele consegue permitir a entrada na rede.
Apesar da exclusividade para celulares da Apple, os desenvolvedores disseram em janeiro que começariam a trabalhar em uma versão para Android “em breve”.
O que Elon Musk tem a ver com o Clubhouse?
O crescimento da plataforma disparou depois que Elon Musk participou de uma conversa inesperada no app.
O bilionário participou de um evento regular do Clubhouse chamado “The Good Time Show”, comandado pelo casal Sriram Krishnan e Aarthi Ramamurthy, em 31 de janeiro.
Depois de responder questões sobre colonização de Marte, seu interesse por criptomoedas e sobre a distribuição de vacinas, Musk convidou o presidente-executivo da plataforma de investimentos Robinhood para falar.
A interação entre os dois empresários na plataforma aconteceu em meio a um intenso interesse por notícias sobre a Robinhood, envolvida em uma batalha no mercado de ações entre pequenos investidores e grandes fundos de Wall Street.
A sala em que Musk estava rapidamente alcançou o limite de 5 mil ouvintes. Desde então, o interesse disparou.
Só no Brasil, as buscas pelo Clubhouse saltou 525% entre 30 de janeiro e 6 de fevereiro, na comparação com a semana anterior.
Censura na China
O Clubhouse chamou a atenção de usuários chineses, que viram uma oportunidade de conversar sobre temas que são censurados nas redes sociais do país. O interesse chamou a atenção do governo, que bloqueou o aplicativo nesta segunda-feira (8) no país.
Nas últimas semanas, convites para a plataforma estavam sendo vendidos no marketplace de produtos usados Idle Fish, da gigante do comércio eletrônico Alibaba.
Quem criou o Clubhouse?
O app foi criado por Rohan Seth, ex-funcionário do Google, e por Paul Davidson, empresário do Vale do Silício.
Em uma publicação no blog oficial, os fundadores contam que se conheceram em 2011 por meio de um amigo em comum e experimentaram várias ideias até chegar ao que viria a ser o Clubhouse.
O app foi lançado em março de 2020, mas o uso disparou no início desse ano.
Os criadores descrevem o app como um “novo tipo de produto social baseado na voz, permitindo que pessoas em todos os lugares falem, contem histórias, desenvolvam ideias e criem amizades ao redor do mundo”.
A mais recente rodada de financiamento no Clubhouse aconteceu em 24 de janeiro, liderada pela empresa de capital de risco Andreessen
FONTE: g1